KINDRED SPIRIT © WORLD WIDE WEB

Wo*man*kind 

Vista da Exposição, 2025


Stella Geppert, "Inventing the Spine (upper and lower spines)", 2021/2025

Pó forense, gordura sobre papel, plexiglass, 60 x 22 x 6 cm.

Mit Borrás, "CYTOCHROME", 2020

Digital video 4K, 13’

Vista da Exposição, 2025


Elisa Azevedo, "corpo, dentro - series", 2023

Impressão jacto de tinta sobre papel Hahnemühle Baryta, dimensões variáveis.

Elisa Azevedo, "corpo, dentro - series", 2023

Impressão jacto de tinta sobre papel Hahnemühle Baryta, dimensões variáveis.

Vista da Exposição, 2025 


Elisa Azevedo, "corpo, dentro - series", 2023

Impressão jacto de tinta sobre papel Hahnemühle Baryta, dimensões variáveis.

Vista da Exposição, 2025


Luo Yang, "Migrants - Series", 2024

Impressão jacto de tinta sobre papel de algodão, dimensões variáveis.

Vista da Exposição, 2025


Thorsten Alexander Kasper, "Wegstation – Nereïden", 2024

Têmpera e óleo sobre tela, 60 x 50 cm.

Thorsten Alexander Kasper, "Das Geschenk des Lebens – Nereïden", 2024

Têmpera e óleo sobre tela, 60 x 50 cm.

Asef–Burckhardt, Conversation 01 — dream —, 2024

4K, cor, stereo digital, 19’50”, 16:9.

Melissa Steckbauer, Untitled (Eli), 2015

Impressão jacto de tinta sobre papel cortado, 59 x 86,5 cm.

Melissa Steckbauer, Untitled (Tilman / Stephen), 2023

Impressão jacto de tinta sobre papel cortado, 55 x 83 cm / 58,5 x 84,5 cm.

Asef–Burckhardt, Conversation 01 — dream —, 2024

4K, cor, stereo digital, 19’50”, 16:9 / 4K.

Thorsten Alexander Kasper, "Erscheinung (oder wovon der Seemann draußen träumen mag)", 2024

Têmpera e óleo sobre tela, 50 x 70 cm.

Vista da Exposição, 2025


Elisa Azevedo, "corpo, dentro - series", 2023

Impressão jacto de tinta sobre papel Hahnemühle Baryta, dimensões variáveis.

Asef–Burckhardt + Elisa Azevedo + Mit Borrás + Stella Geppert + Thorsten A. Kasper + Melissa Steckbauer + Luo Yang

+ Info

Wo*man*kind

Em tempos difíceis, de muitas certezas e pouca empatia, o Kindred Spirit acolhe o espaço Frontviews - Berlin e o curador Stephan Klee para apresentarem uma exposição que inverte o sentido dos dias. Cientes de que ao abrir, cruzar e desenvolver damos força àquilo que nos liga, Wo*man*kind junta obras de sete artistas, envoltos em torno das ideias de partilha e proximidade. Assegurando-nos de que, para lá do género, etnia, idade ou condição social, o que nos une é mais forte do que o que nos separa.

Sérgio Fazenda Rodrigues





“Que vivas em tempos interessantes” (1) - De facto, é difícil duvidar que nestes últimos anos vivemos em tempos “interessantes”. O colapso dos dois pilares do comércio multilateral globalizado, em 2001, o desmoronamento dos mercados financeiros digitalizados, em 2008 e a falência de uma lógica internacional de paz, mais recentemente abalada com a reeleição de um “orange bully” como responsável de um dos maiores exércitos do mundo, são episódios “interessantes”, mas de modo algum animadores. Trata-se de uma queda em cascata, da fragilidade de uma qualquer agenda utópica da civilização em que hoje vivemos – sendo esta, apenas, uma visão centro-ocidental do desenvolvimento actual.
Então, respirando fundo e olhando em redor, de dentro do abrigo que nos acolhe da tempestade, importa perguntar qual será o fundamento essencial da nossa existência? Qual a base crucial e primária de onde partimos? De onde obtemos força para continuar? Onde buscamos as razões para viver em desenvolvimento? Onde nos podemos deixar cair, sem medo do impacto?
A exposição colectiva Wo*man*kind busca a possibilidade de responder a estas questões, focando-se no que existe “entre eu e o outro”. A selecção de artistas e obras apresentadas dá-nos a ver várias pessoas, acercadas umas das outras, em momentos pessoais, por vezes privados, ou até íntimos. As peças concebidas retratam, essencialmente, close-ups de rostos, corpos, instantes partilhados e memórias, abrindo acesso a experiências de desejo intenso, proximidade e confiança. Dessa forma, expondo relações pessoais entre amantes, parceiros e família, falam de potenciais alicerces de vida que quase todos nós partilhamos. Alicerces em que muitos depositam a sua confiança, que oferecem segurança, esperança, força e alegria, mas que, por vezes, podem também ser desmantelados (ficando isso para um outro debate).
No todo, esta é uma exposição dedicada ao desejo, à ternura, à empatia, ou ao amor entre wo*men*child, entendido como forte motivação por detrás do grande rizoma social que ainda nos mantém vivos, protegendo-nos de danos profundos. A semente genuína, para este rizoma de atracção respirante, é a inconcebível beleza do outro, o vívido face-a-face deste mundo. Ou, como Timothy Morton coloca: “a experiência da beleza está a dizer-te que esta coisa, esta coisa que posso ver ali mesmo é inalcançável, é totalmente vívida, não consigo agarrá-la…”, proclamando também que: “É necessário haver este espaço ambíguo entre a arte e o kitsch, a beleza e o desgosto. Um mundo mutável, um mundo de amor, de philos.”(2) O colectivo de arte frontviews acredita que estes tempos podem ser os certos para esta exposição.

Stephan Klee / Frontviews - Berlin


(1) Antiga maldição chinesa
(2) Timothy Morton “All Art is ecological“, p. 14 e p.17, penguin books, 2018

Wo*man*kind

15.03 - 22.04.2024

Kindred Spirit

Lisboa, PT

Artistas

Asef-Burckhardt

(AR, ZA)

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Bio

Asef-Burckhardt (Argentina e África do Sul), dupla artística que liga a investigação somática ao rigor arquitectónico, assentando o amor como local de transformação poético-política. Juntos, reinterpretam ecossistemas relacionais, fundindo a profundidade psicológica de Kirstin com a precisão estrutural de Mario para desafiar normas de intimidade e resiliência colectiva.
Kirstin Burckhardt (África do Sul) combina a sua prática como artista visual e psicoterapeuta, cruzando vídeo, performance, som e texto de forma a interrogar as estruturas de poder incrustadas na experiência corporal. Mario Asef (Argentina/Alemanha), arquitecto e artista conceptual, sintetiza teoria espacial com práticas artísticas críticas, investigando políticas da memória e da percepção através de instalações e estruturas conceptuais.

Elisa Azevedo

(PT)

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Bio

Elisa Azevedo (1996, Porto) vive e trabalha entre Lausanne, Suíça e Lisboa, Portugal. Licenciada em Arte Multimédia - Fotografia, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (2018) & Pós-Graduada em Discursos Fotográficos Contemporâneos pela mesma instituição (2019), frequenta o Master in Photography na ÉCAL (2023-2025). O seu trabalho vive de uma abordagem sensível à realidade, sem uma vinculação imediata ao tempo, espaço ou sujeito que habita. Na sua fotografia articula temas como a transitividade, identidade, género, sexualidade, ausência e o corpo.


Mit Borrás

(ES)

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Bio

Mit Borrás (1982, Madrid), artista visual sediado entre Madrid e Berlim.
O seu trabalho examina a relação entre o humano, a natureza e a tecnologia, bem como o seu propósito evolutivo. Tem desenvolvido uma obra complexa que abarca visões de um estado pós-humano de consciência. O seu foco central baseia-se na interconectividade entre a biodiversidade e o progresso tecnológico, assim como no conceito filosófico da adaptação enquanto método para transcender os limites conceptuais da existência. As suas obras, retratos ensaísticos sob a forma de trabalhos em vídeo, performances e instalações multidimensionais, encarnam um estado ampliado de consciência.


Stella Geppert

(DE)

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Bio

Stella Geppert (Gustedt /Alemanha), artista cuja prática artística orbita em torno da comunicação, da respiração, da empatia, do corpo, do espaço, da escultura e do desenho. Integra frequentemente performances site-specific que envolvem comunicação não-verbal, corpos colectivos e a modulação do espaço através da respiração. O seu trabalho inclui elementos interactivos nos quais os participantes se envolvem em experiências baseadas no tacto, deixando vestígios sismográficos de carvão, resultando em desenhos autónomos e notações corporizadas.


Thorsten Alexander Kasper

(DE)

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Bio

Thorsten Alexander Kasper (1970, Hamburgo) é um pintor radicado em Berlim. Após estudar na Escola de Design Gráfico de Hamburgo, foi assistente do Prof. Gerhard Vormwald em Paris até 1990. Desde o ano 2000 reside em Berlim, participando em várias exposições desde o início dos anos 90, sendo um membro activo do colectivo “Frontviews”. As suas obras em técnicas mistas (têmpera, óleo, entalhe e raspagem na superfície da tela) fundem a abstracção e figuração. Telas que convidam a uma observação íntima, com formas ambíguas a desafiar narrativas fixas. O processo cíclico — pintar, esculpir, reinterpretar — reflecte uma busca pela essência da arte através de liberdade experimental.


Melissa Steckbauer

(USA)

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Bio

Melissa Steckbauer (1980, Tucson) vive e trabalha em Berlim.
Membro da rede artística colaborativa ƒƒ e directora fundadora do espaço expositivo “The Wand”. Nos últimos anos – após um foco abrangente na pintura – tem desenvolvido um corpo de trabalho em papel, explorando todas as facetas e complexidades deste meio. As intricadas formas e composições de Melissa Steckbauer evocam emoções e conexões humanas. Utilizando o papel como "suporte de imagem", explora a vulnerabilidade e a importância da partilha. A sua arte convida o observador a confrontar-se com as complexidades da vida.


Luo Yang

(CN)

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Bio

Luo Yang (1984, Shenyang). fotógrafa chinesa, vive em Pequim. Formou-se em Design Gráfico na Lu Xun Academy of Fine Arts (2009), trabalhando exclusivamente com película. Reconhecida pelos seus retratos de mulheres, expôs em eventos como "FUCK OFF 2" de Ai Weiwei (2013) e foi incluída nas 100 Mulheres da BBC (2018). A série GIRLS (2008-2017), centrada em mulheres chinesas que nasceram nos anos 80, destacou elementos subculturais através de uma fotografia crua e frontal, exibida globalmente. Uma retrospetiva de dez anos de GIRLS foi apresentada em Banguecoque e Paris (comissariada pela Moonduckling). A sua série mais recente, YOUTH (2019), já exposta em Berlim e Paris, documenta a juventude nascida nos anos 90.

Curador

Stephan Klee

(DE)

+

Bio

Stephan Klee (1977, Potsdam) é um curador que vive e trabalha em Berlim. Após cinco semestres de filosofia e história moderna alemã na Universidade Humboldt, estudou na Universidade de Artes Visuais de Berlim (UdK), formando-se como mestre em Belas-Artes no verão de 2009. Desde 2006, a sua prática curatorial concentra-se na fenomenologia do espaço público, explorando interacções entre uma realidade partilhada e a criação artística. Os temas variam de intervenções no espaço sócio-arquitectónico e dispositivos filosóficos contemporâneos até à exploração de novos media e da virtualidade em expansão. Desde 2018, o seu trabalho centra-se no fim previsível da ecologia global, contextualizado num sistema capitalista tardio.
As possibilidades de génese colectiva destacam-se nas suas actividades, materializadas em projectos de trabalho cultural independente e colaborativo. Entre os parceiros das suas colaborações incluem-se a Artitude e.V., a Haus am Lützowplatz e.V., o Dockville Festival Hamburgo, o Institut für Raum Experimente, o Goethe-Institut Atenas, a State of Concept Atenas, a REMAP Atenas, o Museu Herzliya Tel Aviv, o Hamburger Bahnhof Berlim, o Centro Pompidou Paris e o Kunstverein Göttingen, entre outros.
Stephan Klee é membro fundador e integrante da direcção do colectivo artístico Frontviews, uma associação internacional de artistas e académicos.