
Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.

Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.

Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.

Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.

Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.

Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.

Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.

Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.

Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.

Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.

Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.

Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.

Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.

Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.

Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.

Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.

Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.

Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.

Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.

Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.

Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.

Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.

Pedro Gomes, "O Museu das Microagressões", 2025
Instalação (pintura com técnica mista sobre tela,
em suporte de madeira e revestimento de parede), dimensões variáveis.
O Museu das Microagressões
O Museu das Microagressões(1) é um projecto de Pedro Gomes que cruza a invocação de uma ideia de museu, ou um sistema institucional de apresentação de conteúdos, e o revisitar nostálgico das artes decorativas da década de setenta, do século XX.
Entendendo o museu como um lugar vivo, de interacção e construção cultural da comunidade, Pedro Gomes trabalha sobre a ideia de uma engrenagem que acolhe, opera e valida a expressão da sociedade, ou do colectivo. De forma pessoal, mas não biográfica, o artista homenageia alguns dos dispositivos clássicos de apresentação de exposições (citando os cavaletes de Carlo Scarpa, entre outros), mas, antagonicamente, invoca a cultura popular dos anos setenta e a cultura do bad taste design com o seu vincado elogio ao ornamento, ao excesso e ao artifício. Dir-se-ia que a exaltação da densidade que nessa época se afirmou surge, ainda hoje, como sinónimo de proscrição, falhanço e escusa à lógica do ambiente controlado que a instituição museu tende a decretar.
O entendimento modernista de que o ornamento é crime (como, em 1910, Adolf Loos proclamou(2)) levou a que décadas mais tarde a experimentação, a exuberância, a densidade e o exagero tomassem um papel importante na proposta de uma nova sociedade. Herdando a vontade das transformações do final dos anos 60, a crença em novas comunidades, libertas da ganga constrangedora da norma modernista, nunca chegou, contudo, a plenamente concretizar-se. Esbarrando no contexto económico-social que o conservadorismo dos anos oitenta trouxe, a experimentação formalmente luxuriante, eclética, popular e disruptiva dos anos setenta, viu o seu intento amargamente falhado, conotando-se a experiências tidas como demasiado intensas, decorativas e perturbadoras.
Pedro Gomes, revê esse período e elege o desapontamento de uma mudança gorada. Para o artista, o desencontro de expectativas falhadas surge como motor para um paralelo poético, entre um universo de crença colectiva (o paradigma modernista que ainda hoje rege o entendimento dos espaços de exposição(3)) e o campo individual dos caprichos e das ilusões esbatidas.
Gomes dispõe a pintura, reinventa o suporte, repensa o espaço e transforma o conjunto em obra. Cruzando a expressão do primeiro plano e a leitura de um pano de fundo, as pinturas exaltam um grupo de tecidos e papéis de parede com antigos padrões florais, próprios de um ambiente doméstico votado ao descarte ou abandono. Cintados num campo exíguo por várias camadas de partículas diversas, estes acusam o conflito entre a exuberância da sua natureza e o recorte que lhe é imposto (uma risca vertical). De igual modo, num exercício de conformação e provocação de fronteiras, as telas apoiam-se numa série de placards materializados com sobras de madeiras e restos de pano desperdício, que se tornam complexos e discursivos — ganhando tridimensionalidade pela desarticulação das faces com o que nelas se sustém. Entre toscas armações pintadas e várias forras de desperdício, entre exuberantes papéis de parede, antigas gravatas e velhas toalhas de mesa, estes objectos assumem uma presença vincadamente táctil, entrosando a tela e o suporte, o objecto e o espaço, num todo que nos engole. Numa dramatização de limites que é física, mas também sociocultural, Pedro Gomes perturba o consenso do paradigma modernista com a memória encantada de um tempo já ido.
De novo, saliente-se que o que move o artista não é apenas a ressonância de uma infância passada, senão a leitura de um espírito de época que, curiosamente, numa alegria forçada e fantasiosa, falhou no seu propósito. Inerente à festividade do novo, à intensidade da saturação, à impureza e ao artifício, encontramos ainda a grelha que ordena o padrão. Por mais excessivo que o acontecimento se torne, a repetição que a estrutura subjaz ao excesso epidérmico que ele assume – por isso, a densa folhagem do papel de parede não transforma a sala num jardim paradisíaco.
A crença na revisão do modernismo, que assenta numa liberdade individual de cariz aspiracional, cai com algo que, na raiz, é ilusório. Algo que busca apoio numa teatralização da lógica social, em que a máscara ou o ornamento é apenas epidérmico e postiço, e a estrutura basilar continua a ser regrada. Pedro Gomes interessa-se, sobretudo, pela falência dessa crença e pelo desalento que ainda hoje isso comporta. Por isso, partindo de um olhar que é adulto, numa aproximação Camp(4) a um universo Kitsch, as obras invocam um eco da infância e, simultaneamente, o entendimento de uma análise madura. Um olhar crítico, consciente e nostálgico, sobre o individual e o colectivo, que atesta o desencontro das expectativas acalentadas; não em julgamento, mas em melancólica celebração.
Sérgio Fazenda Rodrigues
(1) Microagressão é um termo clínico que identifica um tipo de comentário, pergunta e ação subtil, pontual ou quotidiana, premeditada ou não intencional, que demonstra hostilidade, preconceito ou desrespeito perante grupos minoritários, com base em raça, género, orientação sexual ou religião, entre outros. Embora aparentem ser inofensivas, estas acções detêm um impacto psicológico significativo, induzindo ansiedade, depressão e baixa autoestima, quando repetidas cumulativamente.
(2) Ornamento e Crime é um livro escrito pelo arquiteto vienense Adolf Loos que, em 1910, associa o ornamento a uma cultura de desperdício e superficialidade. O livro foi fulcral para o pensamento do movimento moderno, assente numa revisão social que se estruturava no elogia da funcionalidade. O modernismo, apoiado nas ideias de eficácia e pureza, ordem e progresso, alicerçava-se na crença mecânica (ou no elogio da máquina) e no contexto de um novo mundo que à data, assim se cria, urgir traçar.
(3) Repare-se, a título de exemplo, na preponderância do modelo White Cube que ainda agora é tido como garante de qualidade na configuração do espaço expositivo. Repetido ad nauseum, de forma gratuita e inconsistente, este teatro de supostas neutralidades cria um pedestal acrítico, asséptico e atemporal, para a suposta glorificação das obras que acolhe. Hoje, longe da realidade que o ditou, a sua disseminação configura, apenas, uma estratégia comercial conceptualmente acéfala.
(4) Atente-se ao que Susan Sontag refere no seu livro Contra a Interpretação, de 1961, onde aponta o Camp como uma forma esteticizada de ver o mundo, expressa não em termos de beleza, mas sim em termos de grau de artifício. Na verdade, no seu entendimento, o espírito Camp assenta numa seriedade falhada, dada pela mistura densificada de excesso, fantástico, paixão e ingenuidade.
O Museu das Microagressões
25.10 - 27.11.2025
Kindred Spirit
Lisboa, PT
Artista
Pedro Gomes
(PT)
+
Bio
Pedro Gomes (Moçambique, 1972) vive e trabalha em Lisboa.
Pedro Gomes entende e desenvolve o seu trabalho, centrado na área do desenho, como um campo alargado de representação visual e mapeamento da realidade. Partindo de uma análise sobre a escolha e a intervenção das imagens, as suas obras conjugam formas e materiais distintos, em processos de sobreposição, densificação e subtração, num corpo de trabalho que se expande, também, à escultura, e ao vídeo.
Pedro Gomes estudou no Ar.Co. – Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa e no Chelsea College of Art (MFA), em Londres.
Expôs em instituições como Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia MAAT/EDP (Lisboa), Museu Nacional de Arte Contemporânea MNAC (Lisboa), Camden Arts Centre (Londres, U.K.), Museu Extremeno e Iberoamericano de Arte Contemporânea (Badajoz, Espanha)
Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva (Lisboa)
O seu trabalho encontra-se representado em várias colecções, como: Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), CACE - Colecção de Arte Contemporânea do Estado (Lisboa), Colecção António Cachola (Elvas), Fundação MAAT/EDP (Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, Lisboa), MUDAS - Museu de Arte Contemporânea da Madeira (Funchal), Fundação PLMJ (Lisboa), entre outras.
Curador
Sérgio Fazenda Rodrigues
(PT)
+
Bio
Sérgio Fazenda Rodrigues (Lisboa, 1973) é arquitecto, curador e editor. Foi professor na Universidade dos Açores (2005-2012), na Escola Universitária Vasco da Gama (2013/14) e na Faculdade de Belas Artes, da Universidade de Lisboa (2019/20), dedicando-se actualmente à divulgação, crítica e curadoria de artes visuais. É membro da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA), tendo participado em 2015 na sua direção, em Portugal.
É o fundador e curador do espaço independente Kindred Spirit, em Lisboa. Com Celina Brás, é sócio da empresa Making Art Happen, que reúne a revista de arte Contemporânea e a APP Portugal Art Guide. Foi assessor cultural permanente do Governo Regional dos Açores / Direcção Regional da Cultura, tendo entre 2010 e 2012 sido responsável pela gestão da Colecção de Arte Contemporânea do Governo Regional dos Açores e pela programação de exposições no Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas. Integrou vários júris de apoio do Governo Português / Direcção Geral das Artes, Governo Regional dos Açores / Direção Regional da Cultura, Ágora - Cultura e Desporto / Câmara Municipal do Porto, EGEAC-Galerias Municipais de Lisboa (Atelier-Museu Júlio Pomar), e da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento. O seu trabalho tem-se desenvolvido de forma independente, em colaboração com instituições, galerias, coleccionadores e espaços independentes em Portugal, Espanha, Bélgica e Inglaterra.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.

Pedro Gomes, "The Museum of Microaggressions", 2025
Installation (mixed media painting on canvas, on wooden support and wall covering), variable dimensions.
The Museum of Microaggressions
The Museum of Microaggressions(1) is a project by Pedro Gomes that merges the concept of a museum — or an institutional system for presenting content — with a nostalgic view of 1970s decorative arts.
Understanding the museum as a living space of interaction and cultural community building, Pedro Gomes explores the idea of a mechanism that welcomes, operates, and validates societal or collective expression. In a personal — though not biographical — way, the artist pays homage to some of the classic exhibition display devices (citing Carlo Scarpa’s pedestals, among others), while simultaneously invoking the popular culture of the 1970s and the aesthetics of bad taste design, with its pronounced celebration of ornament, excess, and artifice. One might say that the glorification of density, which defined that era, still stands today as a synonym for prohibition, failure, and a rejection of the logic of the controlled environment that the museum institution tends to enforce.
The modernist perception, which viewed ornament as a crime (as Adolf Loos proclaimed in 1910(2)), led, decades later, to experimentation, exuberance, density, and exaggeration, assuming a significant role in the proposal of a new society. Inheriting the transformative spirit of the late 1960s, the belief in new communities —freed from the stifling constraints of modernist norms — never, however, fully materialised. Running up against the socioeconomic context ushered in by the conservatism of the 1980s, the formally lush, eclectic, popular, and disruptive experimentation of the 1970s saw its ambitions bitterly fail, becoming associated with experiences deemed too intense, decorative, and unsettling.
Pedro Gomes revisits this period and focuses on the disappointment of a missed transformation. For the artist, the clash of unfulfilled expectations serves as the engine for a poetic parallel between a universe of collective belief — the modernist paradigm that still governs our understanding of exhibition spaces today(3) — and the individual realm of whims and faded illusions.
Gomes orchestrates the paintings, reimagines their supports, and reconceives the space, transforming the entire installation into a unified artwork. By merging foreground expression with the interpretation of a backdrop, the works elevate a group of textiles and wallpapers adorned with antique floral motifs — reminiscent of a domestic environment destined for disposal or neglect. Confined within a narrow field by layers of disparate particles, these elements accentuate the conflict between their inherent exuberance and the rigid vertical stripe imposed upon them.
Likewise, in a gesture that both conforms to and challenges boundaries, the canvases are mounted on a series of placards fashioned from wood scraps and discarded fabric remnants. These structures become intricate and expressive, acquiring three - dimensionality through the deliberate disjunction of surfaces and the elements they bear. Amid roughly painted frames, assorted waste linings, lavish wallpapers, vintage ties, and aged tablecloths, these assemblages assert a powerfully tactile presence, blurring the lines between canvas and support, object and space, to form an immersive whole.
Through this physical — and sociocultural — dramatization of limits, Pedro Gomes unsettles the modernist paradigm’s consensus by invoking the enchanted memory of a vanished time.
Once more, it is essential to highlight that the artist’s motivation extends beyond mere nostalgia for a bygone childhood — it is, rather, a critical reading of an era’s spirit which, despite its forced and fantastical exuberance, ultimately fell short of its aspirations. Within the celebratory embrace of novelty, the intensity of saturation, and the deliberate use of impurity and artifice, we still detect the rigid grid that imposes order on the pattern. However lavish the expression may become, the repetitive structure underlying it persists beneath its surface excess —precisely why the dense floral profusion of the wallpaper never truly transforms the room into an idyllic garden.
The belief in modernism’s revision — which is predicated on an aspirational form of individual freedom — crumbles when confronted with something fundamentally illusory. It relies on a performative enactment of social logic, where the mask or ornament remains superficial and contrived, while the foundational structure persists in its rigidity. Pedro Gomes is particularly interested in the failure of this belief and the disenchantment it continues to evoke today.
Thus, through a mature lens that adopts a Camp(4) sensibility toward a Kitsch - infused world, his works summon both the resonance of childhood and the insight of considered reflection. They present a critical, conscious, and nostalgic perspective on both the individual and the collective — bearing witness to the divergence between cherished expectations and reality, not in condemnation, but in melancholic celebration.
Sérgio Fazenda Rodrigues
(1) Microaggression is a clinical term referring to subtle, often brief or routine remarks, questions, or actions—whether deliberate or unintentional—that communicate hostility, prejudice, or disrespect toward marginalized groups on the basis of race, gender, sexual orientation, religion, or other identities. While these behaviors may appear innocuous on the surface, they carry a profound psychological weight, contributing over time to anxiety, depression, and diminished self-worth through their cumulative effect.
(2) Ornament and Crime is a seminal work by the Viennese architect Adolf Loos, who argued in 1910 that ornamentation represented a culture of waste and superficiality. The book became a cornerstone of modernist ideology, which championed a social revision rooted in the primacy of functionality. Modernism, guided by principles of efficiency, purity, order, and progress, embraced a mechanistic worldview — even a kind of reverence for the machine—amid the prevailing belief that a new world urgently needed to be envisioned and constructed.
(3) Consider, for instance, the enduring dominance of the White Cube model, which is still regarded today as a benchmark of quality in exhibition design. Repeated ad nauseam, often arbitrarily and inconsistently, this theater of supposed neutrality creates an uncritical, sterile, and timeless pedestal for the alleged glorification of the artworks it houses. Today, far removed from the historical realities that originally shaped it, its widespread adoption amounts to little more than a conceptually hollow commercial strategy.
(4) Consider what Susan Sontag notes in her 1961 book Against Interpretation, where she identifies Camp as an aestheticized way of viewing the world—expressed not in terms of beauty, but rather in terms of the degree of artifice. In her understanding, the Camp sensibility is rooted in a kind of failed seriousness, achieved through an intensified blend of excess, the fantastical, passion, and naiveté.
The Museum of Microaggressions
25.10 - 27.11.2025
Kindred Spirit
Lisboa, PT
Artist
Pedro Gomes
(PT)
+
Bio
PEDRO GOMES (Moçambique, 1972) vive e trabalha em Lisboa.
Pedro Gomes entende e desenvolve o seu trabalho, centrado na área do desenho, como um campo alargado de representação visual e mapeamento da realidade. Partindo de uma análise sobre a escolha e a intervenção das imagens, as suas obras conjugam formas e materiais distintos, em processos de sobreposição, densificação e subtração, num corpo de trabalho que se expande, também, à escultura, e ao vídeo.
Pedro Gomes estudou no Ar.Co. – Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa e no Chelsea College of Art (MFA), em Londres.
Expôs em instituições como Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia MAAT/EDP (Lisboa), Museu Nacional de Arte Contemporânea MNAC (Lisboa), Camden Arts Centre (Londres, U.K.), Museu Extremeno e Iberoamericano de Arte Contemporânea (Badajoz, Espanha)
Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva (Lisboa)
O seu trabalho encontra-se representado em várias colecções, como: Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), CACE - Colecção de Arte Contemporânea do Estado (Lisboa), Colecção António Cachola (Elvas), Fundação MAAT/EDP (Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, Lisboa), MUDAS - Museu de Arte Contemporânea da Madeira (Funchal), Fundação PLMJ (Lisboa), entre outras.
Curator
Sérgio Fazenda Rodrigues
(PT)
+
Bio
Sérgio Fazenda Rodrigues (Lisbon, 1973) is an architect, curator, and editor. He was a professor at the University of the Azores (2005-2012), at Vasco da Gama University School (2013/14), and at the Faculty of Fine Arts, University of Lisbon (2019/20), and is currently dedicating himself to the dissemination, critique, and curation of the visual arts. He is a member of the International Association of Art Critics (IAAC), having participated in its Portuguese administration in 2015.
Jointly with Celina Brás, he is a partner in the company Making Art Happen, which consolidates the Contemporânea art magazine and the APP Portugal Art Guide. He is the founder and curator of the independent exhibition space Kindred Spirit, in Lisbon.
He was a permanent cultural advisor to the Regional Government of the Azores / Regional Directorate of Culture, having been responsible for the management of the Contemporary Art Collection of the Regional Government of the Azores and the programming of exhibitions at the Archipelago - Contemporary Arts Center between 2010 and 2012. He has served on various consultation juries for the Portuguese Government / Directorate-General for the Arts, the Regional Government of the Azores / Regional Directorate of Culture, Ágora - Culture and Sports / Porto City Council, EGEAC - Municipal Galleries of Lisbon (Julio Pomar Atelier-Museum), and the Luso-American Development Foundation.
His body of work has developed autonomously, in collaboration with institutions, galleries, collectors, and independent spaces in Portugal, Spain, Belgium, and England.