KINDRED SPIRIT © WORLD WIDE WEB

Canhoto
As Zurdo / Madrid

Vista da Exposição, 2024


Vista da Exposição, 2024


Tamara Arroyo, "Dibujos de Metal", 2016

Ferro galvanizado, dimensões variáveis.

Tamara Arroyo, "Dibujos de Metal" (detalhe / detail / detalle), 2016

Ferro galvanizado, dimensões variáveis.

Tamara Arroyo, "De la misma condición", 2023

Ferro esmaltado, azulejos encontrados, esmalte e verniz, 75 x 95 x 3 cm (janela), 21 x 95 x 4 cm (expositor).

Vista da Exposição, 2024


Tamara Arroyo, "Rutina, experiencia acumulada", 2021

Argila refractária cinza, dimensões variáveis.

Tamara Arroyo, "Rutina, experiencia acumulada", 2021

Argila refractária cinza, dimensões variáveis.

Vista da Exposição, 2024


Tamara Arroyo, "Rutina, experiencia acumulada", 2021

Argila refractária cinza, dimensões variáveis.

Vista da Exposição, 2024


Nuno Sousa Vieira, "Visão Embaçada (3ª Série)", 2024

Pintura acrílica sobre vidros partidos do atelier SIMALA, 105 x 66 cm. 

Vista da Exposição, 2024


Tamara Arroyo, "Rutina, experiencia acumulada", 2021

Argila refractária cinza, dimensões variáveis.

Tamara Arroyo, "Caja de herramientas", 2021

Cerâmica esmaltada, 12 x 30 x 22 cm.

Vista da Exposição, 2024


Tamara Arroyo, "Caja de herramientas", 2021

Cerâmica esmaltada, 12 x 30 x 22 cm.

Tamara Arroyo, "Caja de herramientas" (detalhe), 2021

Cerâmica esmaltada, 12 x 30 x 22 cm.

Vista da Exposição, 2024


Vista da Exposição, 2024


Nuno Sousa Vieira, "Visão Embraçada (3ª série)" (detalhe), 2024

Pintura acrílica sobre vidros partidos do atelier SIMALA, 105 x 66 cm.

Nuno Sousa Vieira, "Visão Embraçada (3ª série)" (detalhe), 2024

Pintura acrílica sobre vidros partidos do atelier SIMALA, 105 x 66 cm.

Vista da exposição, 2024


Vista da Exposição, 2024


Nuno Sousa Vieira, "Visão Embraçada (3ª série)" (detalhe), 2024

Pintura acrílica sobre vidros partidos do atelier SIMALA, 105 x 66 cm.

Vista da Exposição, 2024


Vista da Exposição, 2024


Vista da Exposição, 2024


Nuno Sousa Vieira + Tamara Arroyo

+ Info

Canhoto As Zurdo

Canhoto As Zurdo é uma exposição que explora a relação entre obras, interesses e processos de trabalho de Nuno Sousa Vieira (1971, Leiria) e Tamara Arroyo (1972, Madrid), artistas sediados num cruzamento disciplinar fortemente ancorado a uma prática instalativa. Questionando a ideia de limite e propondo o seu formato como palco ou lugar de transição, ambos atendem à orgânica social, política e cultural do contexto em que se movem, trabalhando sobre a significação de objectos comuns, e dos espaços que os enquadram. Revendo a expressão material de que se revestem, assim como a apropriação e manuseio que instigam, objectos e procedimentos invertem a leitura e o funcionamento a que correntemente os associamos, promovendo uma estranheza familiar e uma familiaridade estranha.
Num olhar atento e encantado, Arroyo fita a fronteira entre a rua e a casa, o colectivo e o pessoal, explorando ideias de memória e utopia. Com humor e desconcerto, a artista desconstrói o que detém uma origem banal e o que arroga uma manifestação de posse e poder. Entre caixas abertas, sacos vazios e panos velhos, a derivações de guardas, janelas e varandins, deparamo-nos com restos que já não envelhecem, divisórias que se deixam atravessar e com outros objectos de desenho estilizado que, brincando com o real, reinventam a sua proximidade.
Dir-se-ia que nas suas obras, entre a forma delineada (planificada) e a presença de peças socialmente vincadas (1) , há uma revisão de processos basilares do desenho e da construção que nos situam entre a realidade e a representação. Algo que reinventa o peso da história para, com a mesma linguagem, a olhar com outra expressão.
O trabalho de Sousa Vieira desenvolve-se numa ligação estreita à arquitectura, recorrendo a elementos que provêm do seu antigo estúdio. Invocando a relação com o corpo, pelo reconhecimento do gesto e pela memória do uso, as suas obras criam objectos e situações reinventadas que contradizem a sua condição de origem.
Procurando a sincronia entre o desenho e a dimensão construtiva, o artista manipula o material e investiga o justo limite da sua reação. Com argucia e ironia, entre portas que se transformam em cantos e vidros que se afiguram a telas, actua sobre a percepção, convocando uma dimensão performática que afasta, acerca e envolve o observador. Agindo sobre o mote da passagem, sobrepondo o exterior e o interior, o passado e o presente, a norma e o desvio, Sousa Vieira promove uma deslocação que altera um olhar normalizado, convidando-nos a rever o mundo.
Ambos os artistas trabalham a apropriação, a representação e a construção de objectos quotidianos para, manuseando o espaço e a relação com o indivíduo, assumir uma posição vincadamente desviada. Uma posição política e poética que procura liberta-se de regras, limites e constrangimentos, esbatendo certezas e fronteiras. Empregando a analogia do lado esquerdino (ambos os artistas são canhotos) e gerindo a experiência de uma passagem complexa, o local onde ambos se encontram é o da mudança, da descoberta, ou da transformação. O lugar de um outro encontro com a realidade.

Sérgio Fazenda Rodrigues e Virginia Torrente


(1) Repare-se, a título de exemplo, nos elementos cerâmicos que compõem a obra De la misma condición, 2023. Estes são restos de fachadas grafitadas, colhidos na rua, de edifícios com que a artista se cruza no caminho para o estúdio.

Canhoto As Zurdo

14.11 - 30.11.2024

Nadie Nunca Nada No

Madrid, ES

Artistas

Nuno Sousa Vieira

(PT)

+

Bio

Nuno Sousa Vieira (Leiria, 1971) vive e trabalha entre Leiria e Lisboa. Doutorado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, com a tese intitulada: O Ateliê – Do Mundo Para o Lugar. Sala de Exposição (1971/2015).
Das suas exposições destacam-se: Inhabitants ou imitar o andar, 3+1 Arte Contemporânea, Lisboa (2023); Linha Funda, Fundação Carmona e Costa, Lisboa (2020); Constelações: uma coreografia de gestos mínimos, curadoria de Ana Rito & Hugo Barata, Museu Colecção Berardo, CCB, Lisboa (2019); Portugal Portugueses, curadoria de Emanuel Araújo, Museu Afro Brasil, São Paulo (2016); Um ateliê, uma fábrica e uma sala de exposição, nem sempre por esta ordem, Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, Coimbra (2013); Somos nós que mudamos quando tomamos efectivamente conhecimento do outro, Pavilhão Branco, Lisboa (2011); Don’t underestimate the impact of the workplace (comissariada pela MA Curatorial Practice, University College Falmouth), Newlyn Art Gallery, Newlyn; Let’s Talk About Houses: When Art Speaks Architecture [BUILDING, UNBUILDING, INHABIT], curadoria de Delfim Sardo, Museu do Chiado, Lisboa (2010).
Colecções nacionais e internacionais incluem: PINTA – América Latina, Miami, EUA; Museu de Arte Moderna (MAM), Rio de Janeiro, Brasil; Coleción Navacerrada, Madrid, Espanha; Teixeira de Freitas, Portugal; Colecção António Cachola, Elvas, Portugal; Colecção Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal; e Colecção de Arte Contemporânea do Estado, Portugal.

Tamara Arroyo

(ES)

+

Bio

Tamara Arroyo (Madrid, 1972), licenciada em Belas Artes pela Universidade Complutense de Madrid, está actualmente a realizar o doutoramento em investigação artística na mesma universidade.
Realizou exposições individuais e colectivas no Centro de Arte Dos de Mayo, La Casa Encendida, Matadero, CentroCentro e Real Academia de Bellas Artes, todas em Madrid; no Baluard Museu d’Art Modern i Contamporani, Casa da Cultura de Felanixt e Addaya Centre d’Art Contemporary em Maiorca; ArtistxArtist em Havana; CAC e MAC Genalguacil em Málaga; Fundação BilbaoArte em Bilbao; Fundação Cajamurcia em Cartagena; Real Academia de Espanha em Roma; IVAM em Valência e na 10ª Bienal de Pamplona.
A sua obra pode ser encontrada nas colecções do Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Centro de Arte Dos de Mayo (CA2M), Colecção DKV, Fundação Banco Sabadell, Colecção Universidad de Nebrija, AECID/ Real Academia de Espanha em Roma, Colecção ABC, Câmara Municipal de Palma de Maiorca, Câmara Municipal de Pamplona, ​​Colecção Unicaja, Museu de Pollença, Câmara Provincial de Orense, UNED, INJUVE - Ministério das Obras Públicas e Governo da Extremadura.

Curadores

Sérgio Fazenda Rodrigues

(PT)

+

Bio

Sérgio Fazenda Rodrigues (Lisboa, 1973) é arquitecto, curador e edi-
tor. Foi professor na Universidade dos Açores (2005-2012), na Escola
Universitária Vasco da Gama (2013/14) e na Faculdade de Belas Artes,
da Universidade de Lisboa (2019/20), dedicando-se actualmente à divul-
gação, crítica e curadoria de artes visuais. É membro da Associação
Internacional de Críticos de Arte (AICA), tendo participado em 2015
na sua direção, em Portugal.
É o fundador e curador do espaço independente Kindred Spirit, em
Lisboa. Com Celina Brás, é sócio da empresa Making Art Happen, que
reúne a revista de arte Contemporânea e a APP Portugal Art Guide.
Foi assessor cultural permanente do Governo Regional dos Açores /
Direcção Regional da Cultura, tendo entre 2010 e 2012 sido responsável
pela gestão da Colecção de Arte Contemporânea do Governo Regional
dos Açores e pela programação de exposições no Arquipélago – Centro
de Artes Contemporâneas. Integrou vários júris de apoio do Governo
Português / Direcção Geral das Artes, Governo Regional dos Açores
/ Direção Regional da Cultura, Ágora - Cultura e Desporto / Câmara
Municipal do Porto, EGEAC-Galerias Municipais de Lisboa (Atelier-Museu
Júlio Pomar), e da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.
O seu trabalho tem-se desenvolvido de forma independente, em cola-
boração com instituições, galerias, coleccionadores e espaços inde-
pendentes em Portugal, Espanha, Bélgica e Inglaterra.


Virginia Torrente

(ES)

+

Bio

Virginia Torrente (Bilbao, 1963) é comissária independente.
Entre 1986 a 1992, trabalhou como diretora da galeria e editora
de livros de arte Estampa. De 1993 a 1999, foi chefe de colecção
e exposições da Colecção Arte Contemporânea, Madrid. Entre
2000 e 2003, foi comissária chefe do Museu Patio Herreriano
de Valladolid. De 2004 a 2006, foi responsável pela Direcção
Artística da Casa da América em Madrid, desenvolvendo um intenso
programa de exposições individuais de artistas espanhóis,
portugueses e latino-americanos, a maioria concebida e produzida
especificamente para os espaços expositivos da Casa da América.
Desde 1999 até 2008, foi co-curadora do projecto independente
Doméstico, juntamente com Giulietta Speranza, Andrés Mengs,
Teodora Diamantopoulos e Joaquín García, organizando exposições
em espaços não convencionais para arte contemporânea em Madrid.
Desde 2007, trabalha como comissária independente para museus e
centros de arte em Espanha, Portugal e América Latina: Patricia
Gadea no MNCARS, Gilda Mantilla e Raimond Chaves no CentroCentro,
Guillermo Mora e Miquel Mont na Tabacalera, Jacobo Castellano e
Noé Sendas na Appleton Square, e uma extensa série de exposições
individuais e colectivas onde predominam as ideias de produção e
construção site-specific, o uso do desenho como matriz da obra e
a colaboração como base de trabalho incentivada entre os artistas
expostos.