Ab Absurdo, 2023
Performance
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Ab Absurdo
“The boundaries which divide Life from Death are at best shadowy and vague.
Who shall say where the one ends, and where the other begins?”
Edgar Allan Poe
"This project started with an investigation about a word that has always been part of my lexicon, haemophilia. A word that has its origin in the junction of two Greek words, haima, blood, and philia, love, friendship, it is understood that the neologism was not very successful, love for blood will not be the best word to define a disease that consists of a deficiency in coagulation that can cause fatal haemorrhages. On the one hand, it is understood that they have attributed this name, love for blood, to a disease where the lack of a component can be lethal for those who carry it, and it can be said with some certainty that the haemophilic patient will have some love for the deficient blood that runs through his veins, as well as some disdain for not having a "good blood". It is ironic, this binomial, love versus disdain for something that is life versus a cause of death and that we take for granted in our daily lives.
It is equally ironic that the word haemophilia has been used in the past to define people who had "an appreciation for cruel spectacles" (Mundo Moral, Núm. 5, 1914, pág.13), defining this appreciation in a somewhat eloquent way as, "This morbid, hysterical, feline predilection of haemophilia, this craving for cruel sensations and sensual disturbances, is still a cause that makes so many ladies flock to the courts, to the anatomical amphitheatres, etc." (Mundo Moral, Núm. 5, 1914, pág.3)
Ab Absurdo triggers a labyrinth of questions that are raised by every human being during their existence. This performance aims to dissect some of the expressions and emotions that invoke the heart and the feeling that connects us and keeps us alive — love, in the same way that it aims to deal with the fear that everything will end — death. Considering that life, love, and death are complex themes, but are somehow connected by a certain red liquid — blood — that is essential (in various ways) to all these stages, let us take this liquid to travel throughout a story told and experienced by several actions.
Clarifying the reason for addressing blood and a deficiency associated with it, relating it to life, love, and death, and although this connection is evident, it may only be perceived sporadically, in the same way as blood. Although it is claimed that we are the only animal with consciousness of death, a certainty that we tend to forget, it is an impossibility for someone with haemophilia, as their existence is conducted through a permanent consciousness of death, an impossibility to ignore the end.
In the absurdity that is life, this existence for which we sometimes find no sense, most of the time, the love for something or someone is the engine that moves us towards an end. Approaching life through love and death is to talk about day-to-day life to keep ourselves alive from the ease of disappearing, which we forget and want to forget it exists, in a universe that trivializes one and makes the other invisible. This form of resistance is also a desire to intensify what in us is alert to the complexity of the world. And to what we are capable of creating in it.
Lara Boticário Morais
Ab Absurdo
09.11 - 11.11.2023
Kindred Spirit
Lisboa, PT
Performers
Lara Boticário Morais
(PT)
+
Bio
Lara Boticário Morais (1976, Lisbon) is graduated in Painting from the Escola de Tecnologias Artísticas de Coimbra (ARCA-ETAC) in 2000; in the same year she studied Graphic Design at the ETIC school in Lisbon. Between 2003 and 2007, she attended the Independent Studies programme at MAUMAUS - School of Visual Arts, in Lisbon. In 2008, she studied at the Malmö Art academy and later completed the Master of Fine Arts programme at the Dutch Art Institute in Arnhem, the Netherlands. In 2019 she formed the duo Electro-Domésticas with Filipa Brito and and in 2021, she presented the work Memento Mori funded by Fundo Fomento Cultural. In 2023 she completed electronic music at the ETIC school. The artist has exhibited and performed in Lisbon, Porto, Vienna, Nottingham, Malmö, Tehran, Dakar, Madrid, Bilbao, Switzerland, the Netherlands, Reykjavik, Brussels, and São Paulo.
Filipa Brito
(PT)
+
Bio
Filipa Brito (Lagoa,1977) attended the scenography course at Chapitô School from 1998 to 2000. In 2005, she participated in and organized the exhibition Verão (a)sul at the School of Arts in Lagoa. The following year, she completed her bachelor’s degree in fine arts at the School of Arts and Design (ESAD) in Caldas da Rainha. In 2008, she attended the advanced course at maumaus, School of Visual Arts, Independent Art Studies in Lisbon, participating in the exhibition Arminda at the Goethe Institute in 2009. Between 2010 and 2011, she participated in exhibitions such as De Heróis está o Inferno Cheio at Plataforma Revolver and the annual Video Projection - FUSO. In 2014, she formed the artistic duo Vaivém with Nelson Guerreiro and they conducted a residency at O Espaço do Tempo for the project - Kiss & Tell. She co-founded the cultural association Bóia and co-directs the PARAGEM Festival with Nelson Guerreiro. In 2019, she formed the duo Electro-Domésticas with the artist Lara Boticário Morais, and is currently studying electronic music at the ETIC school of Lisbon.
Ab Absurdo, 2023
Performance
Ab Absurdo, 2023
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Ab Absurdo, 2023
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Ab Absurdo, 2023
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Ab Absurdo, 2023
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Ab Absurdo, 2023
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Ab Absurdo, 2023
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Ab Absurdo, 2023
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Ab Absurdo, 2023
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Ab Absurdo, 2023
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Ab Absurdo
“The boundaries which divide Life from Death are at best shadowy and vague.
Who shall say where the one ends, and where the other begins?”
Edgar Allan Poe
Este projecto iniciou com uma investigação acerca de uma palavra que sempre fez parte do meu léxico, hemofilia. Uma palavra que tem a sua origem na junção de duas palavras gregas, haima, sangue e philia, amor, amizade, percebe-se que o neologismo foi pouco feliz, amor pelo sangue não será a melhor das palavras para definir uma doença que consiste numa deficiência na coagulação que pode causar hemorragias mortais. Por um lado, percebe-se que lhe tenham atribuído este nome, amor pelo sangue, a uma doença onde a falta de um componente pode ser letal para quem a carrega, podendo-se afirmar com alguma certeza que o doente hemofílico terá algum amor pelo sangue deficiente que lhe corre nas veias, assim como algum desamor por não ter um “bom sangue”. Não deixa de ser irónico este binómio, amor versus desamor por algo que é vida versus causa de morte e que damos como dado adquirido no nosso dia a dia.
Será igualmente irónico o facto de a palavra, hemofilia, ter sido utilizada em tempos para definir pessoas que tinham “apreço pelos espectáculos cruéis” (Mundo Moral, Núm. 5, 1914, pág.13), definindo esse apreço de uma forma algo eloquente como, “Esta predileção morbida, histerica, felina, da hemofilia, esta ancia de sensações crueis e de perturbações sensuais, é ainda causa que faz acudir em França tão avultada concorrência de damas aos tribunais, aos amfiteatros anatomicos, etc.” (Mundo Moral, Núm. 5, 1914, pág.3)
Ab Absurdo desencadeia um labirinto de questões que são levantadas por cada ser humano no decorrer da sua existência. Esta performance pretende dissecar algumas das expressões e emoções que invocam o coração e o sentimento que nos liga e mantêm vivos, o amor, da mesma forma que pretende versar sobre o temor de que tudo acabe, a morte. Tendo em conta que a vida, o amor e a morte, são temas complexos, mas que estão ligados de uma certa forma por um líquido vermelho — o sangue — que é essencial (de diversos modos) a todos estes estágios, levemos este líquido a percorrer toda uma estória contada e experienciada por várias acções.
Esclarecendo o motivo de abordar o sangue e uma deficiência a ele associada, relacionando-o com a vida, o amor e a morte, e embora esta ligação seja evidente, é possível que só seja percepcionada esporadicamente, assim como o sangue. Apesar de se afirmar que somos o único animal com consciência da morte, uma certeza que tendemos a esquecer, é uma impossibilidade para alguém com hemofilia, pois a sua existência é conduzida por entre uma consciência permanente da morte, uma impossibilidade de olvidar o fim.
No absurdo que é a vida, esta existência para a qual por vezes não encontramos sentido, sendo a maior parte das vezes o amor por algo ou alguém o motor que nos move até a um fim.
Abordar a vida pelo amor e pela morte, é falar do dia-a-dia para nos mantermos vivos da facilidade de desaparecer, que esquecemos e queremos esquecer que existe, num universo que banaliza uma e invisibiliza a outra. Essa forma de resistência é também um desejo de intensificar o que em nós se encontra alerta para a complexidade do mundo. E para o que nele somos capazes de criar.
Lara Boticário Morais
Ab Absurdo
09.11 - 11.11.2023
Kindred Spirit
Lisboa, PT
Performers
Lara Boticário Morais
(PT)
+
Bio
lara boticário morais (1976, Lisboa) licenciou-se em Pintura na Escola de Tecnologias Artísticas de Coimbra (ARCA-ETAC) em 2000; no mesmo ano entrou no curso de Design Gráfico na escola ETIC em Lisboa. Entre 2003 e 2007, frequentou o programa Independent Studies na MAUMAUS - School of Visual Arts, em Lisboa. Em 2008, estudou na Malmö Art Academy e mais tarde em 2013, completou o Master of Fine Arts no Dutch Art Institute em Arnhem, Países Baixos. Em 2015 faz uma residência artística na FAAP- Fundação Armando Alvares Penteado, ao abrigo das bolsas da Fundação Calouste Gulbenkian em São Paulo, Brasil. No ano 2019 forma com a artista Filipa Brito a dupla Electro-Domésticas e em 2021 apresenta o trabalho Memento Mori financiado pelo Fundo Fomento Cultural. Em 2023 formou-se em música eletrónica na escola ETIC. A artista já expôs e performou em Lisboa, Porto, Viena, Nottingham, Malmö, Teerão, Dakar, Madrid, Bilbao, Suíça, Países Baixos, Reiquiavique, Bruxelas e São Paulo.
om
Filipa Brito
(PT)
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Bio
Filipa Brito, 1977, Lagoa, Portugal. Entre 1998 e 2000 frequenta o curso de cenografia na escola Chapitô. Participa e organiza em 2005 a exposição, "Verão (a)sul" na Escola de Artes de Lagoa, no ano seguinte acaba a Licenciatura em Artes Plásticas pela Escola Superior de Artes e Design, nas Caldas da Rainha. Em 2008 frequenta o curso avançado da maumaus, School of Visual Arts, Independent Art Studies em Lisboa, participando em 2009 na exposição, "Arminda" no Goethe Institute. Entre 2010/11 participou nas exposições: "De Heróis está o Inferno Cheio", Plataforma Revolver e na Projecção anual de Vídeo - FUSO. Em 2014, formou com Nelson Guerreiro a dupla artística Vaivém e fizeram uma residência n' O Espaço do Tempo para o projeto - Kiss & Tell. Co-fundou a Bóia-Associação Cultural e co-dirije com Nelson Guerreiro o Festival PARAGEM. No ano 2019 forma com a artista Lara Botcário Morais a dupla Electro-Domésticas e actualmente faz formação em música eletrónica na escola ETIC.