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#06

Vista da Exposição, 2025

Vista da Exposição, 2025

Vista Exposição, 2025


António Júlio Duarte, Série "Mercúrio", 2015

Prova de jacto de tinta, 100 x 100 cm.

António Júlio Duarte, Série "Mercúrio", 2015

Prova de jacto de tinta, 100 x 100 cm.

Vista da Exposição, 2025


Vista da Exposição, 2025


António Júlio Duarte, Série "Mercúrio", 2015

Prova de jacto de tinta, 100 x 100 cm.

Vista da Exposição, 2025


Vista da Exposição, 2025


Vista da Exposição, 2025


Vista da Exposição, 2025


Ana Santos, "Sem título", 2025

MDF, termo-laminado, rodízios, estrutura em metal lacada 
(objecto encontrado alterado), 194 x 97 x 85 cm (detalhe).

Ana Santos, "Sem título", 2025

MDF, termo-laminado, rodízios, estrutura em metal lacada (objecto encontrado alterado),  194 x 97 x 85 cm.

Vista da Exposição, 2025


Ana Santos, "Sem título", 2025

MDF, termo-laminado, rodízios, estrutura em metal lacada (objecto encontrado alterado), 174 x 95 x 57 cm (detalhe).

Ana Santos, "Sem título", 2025

MDF, termo-laminado, rodízios, estrutura em metal lacada (objecto encontrado alterado), 174 x 95 x 57 cm (detalhe).

Ana Santos, "Sem título", 2025

MDF, termo-laminado, rodízios, estrutura em metal lacada (objecto encontrado alterado), 174 x 95 x 57 cm (detalhe).

Ana Santos, "Sem Título", 2025

MDF, termo-laminado, rodízios, estrutura em metal lacada 
(objecto encontrado alterado), 192 x 97 x 85 cm.

Ana Santos, "Sem Título", 2025

MDF, termo-laminado, rodízios, estrutura em metal lacada 
(objecto encontrado alterado), 192 x 97 x 85 cm (detalhe).

Ana Santos + António Júlio Duarte*

+ Info

#06

Ana Santos e António Júlio Duarte partilham um olhar que perscruta a realidade. Atentos à natureza dos ambientes e àquilo que os caracteriza, bem como às formas e aos materiais que lhes dão corpo, ambos exploram os recortes da percepção. Trabalhando a variação entre o que se nomeia e o que se desconhece, ambos criam uma tensão em que elementos concretos, como um pódio, um estendal, ou uma porta se convertem na possibilidade de algo mais.
Focada na apropriação e na extrapolação de elementos quotidianos, Ana Santos concebe um conjunto de novas esculturas que cruzam a identificação dos objectos e a transformação do uso que lhes subjaz. Numa hesitação poética entre o reconhecimento e a estranheza, a artista indaga a matéria, o manuseio e a memória, numa prática intuitiva que abarca o rigor do acabamento e a expressão do acaso.
Neste processo, dir-se-ia que é rápido entender a existência de um lastro sociocultural, que marca e envolve as coisas, e que é fácil perceber uma capacidade de efabulação, que se gere de forma cuidada e criteriosa. Repare-se como a fórmica que a artista emprega nos remete para os balcões dos cafés de bairro e como a familiaridade que isso nos suscita se esquiva, simultaneamente, para uma outra existência.
As fotografias de António Júlio Duarte, da série Mercúrio (2015), desvelam uma série de locais que partilham uma ambiência comum, de caracter festivo, nocturno, vagamente próximo, mas potencialmente singular. Sem vontade descritiva ou documental, as imagens remetem para uma realidade difusa, cenográfica e ilusória, onde a constatação é perturbada pela abstração. Trabalhando uma visão poética sobre uma presença instável, que oscila entre o real e o fantástico.
Em ambos os casos, sem querer descrever, criar enredos, ou narrativas, as obras especulam sobre o natural e o artificial, o feio e o belo, o banal e o singular, o factual e o fictício. É nessa complementaridade que o trabalho de Ana Santos e António Júlio Duarte se encontra, gravitando entre o objecto e o plano da imagem, na alusão a um novo mundo de múltiplas camadas. Um mundo incerto, inesperado e sugestivo, que nasce de um imaginário colectivo, previamente assimilado, mas que gradualmente se revela hipnótico, intrigante e envolvente.

* Esta exposição é desenvolvida pelo Kindred Spirit em parceria com a Colecção António Cachola / MACE, que gentilmente cedeu as obras de António Júlio Duarte.


Sérgio Fazenda Rodrigues




(Este projecto é financiado pela República Portuguesa - Cultura / DGArtes - Direcção Geral das Artes)

#06

24.05 - 27.06.2024

Kindred Spirit

Lisboa, PT

Artistas

Ana Santos

(PT)

+

Bio

Ana Santos (Espinho, Portugal, 1982) Vive e trabalha em Lisboa, Portugal.
O trabalho de Ana Santos desenvolve-se a partir de uma prática diária de encontro e de acumulação de materiais e objectos. Cada objecto, cada material, contém em si mesmo a chave da sua solução: é o exercício da prática que permite testar, escolher, alterar, refazer, rejeitar, até finalmente encontrar a solução.
O fazer constitui-se através do exercício e da prática de atelier e opera a partir da relação com os materiais.
O pensamento é pragmático, isto é, procura perceber as qualidades intrínsecas ao material e o modo como elas se resolvem no objecto artístico. Primeiro, surge o material e depois a solução.
Os materiais não têm uma proveniência fixa, podem vir da rua (objectos encontrados) ou de lojas de materiais de construção. A escolha de material é baseada no seu comportamento físico, e nas possibilidades daquilo que pode ou não fazer.
O pensamento especulativo interroga as intenções, as motivações e as decisões que orientam o trabalho, e o pensamento operativo constrói a relação com os materiais. Os objectos funcionam não como coisas mas como sinais. Os objectos são evocações da forma: são sinais do pensamento sobre o material.
Há uma operação rápida que quer tornar evidente o gesto que a produz.

António Júlio Duarte

(PT)

+

Bio

António Júlio Duarte (Lisboa, Portugal, 1965) Vive e trabalha em Lisboa, Portugal.
Nas suas palavras: “Fotografo cidades movimentadas e pessoas atribuladas, criaturas encurraladas e coisas improváveis. São o meu mapa do mundo. Sou atraído por elas, movido pela simpatia e pelo desassossego que partilhamos. Travo conhecimento com estes seres inquietos nos seus afazeres triviais e disposições quotidianas, neles pressinto e tento captar a tensão vital que é o desejo universal pela vida e pelo sentido.”
O seu trabalho é exibido regularmente, em Portugal e no estrangeiro, desde 1990, participando com uma das vozes mais singulares e consistentes na compreensão da fotografia hoje. Destacam-se as seguintes exposições individuais: Guiné-Bissau 1990 (Galeria Bruno Murias, Lisboa, 2023), FEBRE (Museu de Arte Contemporânea – Fundação de Serralves, Porto, 2023), CRIATURA (O Armário, Lisboa, 2021), Eclipse (Galeria Bruno Múrias, Lisboa, 2020), White Noise (Quartel da Arte Contemporânea de Abrantes, Coleção Figueiredo Ribeiro, Abrantes, 2017), América (Galeria Pedro Alfacinha, Lisboa, 2017), Suspension of Disbelief (CAV, Coimbra, 2016), Mercúrio (Galeria Zé dos Bois, Lisboa, 2015) e Japão 1997 (Centro Cultural Vila Flor, Guimarães, 2013).
É autor de vários livros, entre outros: Guiné-Bissau 1990 (2023), Against the Day (2019), Japan Drug (2014), Deviation of the Sun (2013) e White Noise (2011), publicados pela Pierre von Kleist Editions.

Curador

Sérgio Fazenda Rodrigues

(PT)

+

Bio

Sérgio Fazenda Rodrigues (Lisboa, 1973) é arquitecto, curador e editor. Foi professor na Universidade dos Açores (2005-2012), na Escola Universitária Vasco da Gama (2013/14) e na Faculdade de Belas Artes, da Universidade de Lisboa (2019/20), dedicando-se actualmente à divulgação, crítica e curadoria de artes visuais. É membro da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA), tendo participado em 2015 na sua direção, em Portugal.
É o fundador e curador do espaço independente Kindred Spirit, em Lisboa. Com Celina Brás, é sócio da empresa Making Art Happen, que reúne a revista de arte Contemporânea e a APP Portugal Art Guide. Foi assessor cultural permanente do Governo Regional dos Açores / Direcção Regional da Cultura, tendo entre 2010 e 2012 sido responsável pela gestão da Colecção de Arte Contemporânea do Governo Regional dos Açores e pela programação de exposições no Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas. Integrou vários júris de apoio do Governo Português / Direcção Geral das Artes, Governo Regional dos Açores / Direção Regional da Cultura, Ágora - Cultura e Desporto / Câmara Municipal do Porto, EGEAC-Galerias Municipais de Lisboa (Atelier-Museu Júlio Pomar), e da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento. O seu trabalho tem-se desenvolvido de forma independente, em colaboração com instituições, galerias, coleccionadores e espaços independentes em Portugal, Espanha, Bélgica e Inglaterra.